quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ENTREVISTA - Ivone Freire fala sobre participação cidadã

Foto: Mário Barbosa

COBERTURA EDUCOMUNICATIVA
JOVENS COMUNICADORES DA AMAZÔNIA


Jovens Comunicadores da Amazônia entrevistam Ivone Costa, doutora em Sociologia Econômica e das Organizações pela Universidade Técnica de Lisboa e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente, é docente da Universidade Federal da Bahia e coordenadora do curso de mestrado profissional em segurança pública, justiça e cidadania (MPSPJC). Em entrevista à cobertura colaborativa dos Jovens Comunicadores, a professora respondeu a algumas perguntas sobre participação cidadã, tema da sessão que facilitou durante o Curso de Convivência e Segurança Cidadã em Belém (PA).

Confira!

Cobertura: O QUE É PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?
Ivone: É uma atitude positiva diante da construção, da prevenção de uma sociedade justa e solidária.

Cobertura: É POSSÍVEL TER POLITICAS PUBLICAS PARA A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ? QUAIS OS CAMINHOS?
Ivone: Com certeza! Isso não é só possibilidade. Já é uma realidade. Evoluímos para uma constituição preocupada com os índices de criminalidade. Hoje, nós temos uma definição de Políticas Públicas Cidadã claramente constituída. Isso já é um preceito reconhecido pela sociedade. As políticas públicas são uma realidade e precisam ser implementadas com a devida coerência e consistência política e social.

Cobertura: QUAIS SÃO OS MODOS DE PENSAR A SEGURANÇA PÚBLICA E A RELAÇÃO DA POLICIA COM A SOCIEDADE? E ESSA SEGURANÇA É EXCLUSIVIDADE SOMENTE DA POLICIA?
Ivone: Segurança pública não é um problema de polícia. Nos preceitos constitucionais do Art. 144 diz: “A segurança pública é dever do Estado, é direito e responsabilidade de todos”. Segurança Pública também é um conceito que precisa ser trabalhado, alargado, envolvido socialmente. A dimensão cultural política e a dimensão de políticas públicas integradas estão muito além dos investimentos somente nos equipamentos e no aumento do quantitativo policial. O campo da segurança pública é multidisciplinar. A violência é multicausal. Esse campo jamais terá e poderá ter uma direção única da polícia. Mas, a polícia é protagonista, é parte integrante desse processo de construção de uma democracia cidadã.

Cobertura: O QUE VOCÊ QUIS DIZER SOBRE O MOMENTO EM QUE O INDIVIDUO ENTRA EM APATIA DESSA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?
Ivone: Alguns teóricos afirmam que existe um ciclo humano que começa com uma ação, reação, frustração e apatia. A apatia vem como resultado de uma frustração a uma possibilidade de você entrar em uma apatia. Se você tiver a capacidade de reação, então, esse cuidado precisará ser feito e que as pessoas realmente se mantenham como protagonistas históricas da transformação e da segurança pública.

Cobertura: QUAL A RELAÇÃO DA MÍDIA COM A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?

Ivone: O papel da mídia numa construção política e de uma cultura cidadã e fundamental.  Mas, ela precisa trabalhar com filtros e ter muito cuidado em evitar o sensacionalismo, que ocorre muito, por exemplo, nos casos de homicídios e para não criar condições de duplicações de crimes como mostra midiática. A mídia tem um papel educativo e precisa exercer esse papel educativo. É papel dela e sem esse papel a sociedade não pode se transformar.

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