Foto: Mário Barbosa
COBERTURA
EDUCOMUNICATIVA
JOVENS
COMUNICADORES DA AMAZÔNIA
Jovens
Comunicadores da Amazônia entrevistam Ivone Costa, doutora em
Sociologia Econômica e das Organizações pela Universidade Técnica de Lisboa e
mestra em Administração Pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Atualmente, é docente da Universidade Federal da Bahia e coordenadora do curso
de mestrado profissional em segurança pública, justiça e cidadania (MPSPJC). Em
entrevista à cobertura colaborativa dos Jovens Comunicadores, a professora respondeu
a algumas perguntas sobre participação cidadã, tema da sessão que facilitou
durante o Curso de Convivência e Segurança Cidadã em Belém (PA).
Confira!
Cobertura:
O QUE É PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?
Ivone:
É uma atitude positiva diante da construção, da prevenção de uma sociedade
justa e solidária.
Cobertura:
É
POSSÍVEL TER POLITICAS PUBLICAS PARA A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ? QUAIS OS CAMINHOS?
Ivone:
Com certeza! Isso não é só possibilidade. Já é uma realidade. Evoluímos para uma
constituição preocupada com os índices de criminalidade. Hoje, nós temos uma
definição de Políticas Públicas Cidadã claramente constituída. Isso já é um
preceito reconhecido pela sociedade. As políticas públicas são uma realidade e
precisam ser implementadas com a devida coerência e consistência política e
social.
Cobertura:
QUAIS
SÃO OS MODOS DE PENSAR A SEGURANÇA PÚBLICA E A RELAÇÃO DA POLICIA COM A
SOCIEDADE? E ESSA SEGURANÇA É EXCLUSIVIDADE SOMENTE DA POLICIA?
Ivone:
Segurança pública não é um problema de polícia. Nos preceitos constitucionais
do Art. 144 diz: “A segurança pública é dever do Estado, é direito e
responsabilidade de todos”. Segurança Pública também é um conceito que precisa
ser trabalhado, alargado, envolvido socialmente. A dimensão cultural política e
a dimensão de políticas públicas integradas estão muito além dos investimentos
somente nos equipamentos e no aumento do quantitativo policial. O campo da
segurança pública é multidisciplinar. A violência é multicausal. Esse campo
jamais terá e poderá ter uma direção única da polícia. Mas, a polícia é
protagonista, é parte integrante desse processo de construção de uma democracia
cidadã.
Cobertura:
O
QUE VOCÊ QUIS DIZER SOBRE O MOMENTO EM QUE O INDIVIDUO ENTRA EM APATIA DESSA
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?
Ivone:
Alguns teóricos afirmam que existe um ciclo humano que começa com uma ação,
reação, frustração e apatia. A apatia vem como resultado de uma frustração a
uma possibilidade de você entrar em uma apatia. Se você tiver a capacidade de
reação, então, esse cuidado precisará ser feito e que as pessoas realmente se
mantenham como protagonistas históricas da transformação e da segurança
pública.
Cobertura:
QUAL
A RELAÇÃO DA MÍDIA COM A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ?
Ivone:
O papel da mídia numa construção política e de uma cultura cidadã e fundamental. Mas, ela precisa trabalhar com filtros e ter
muito cuidado em evitar o sensacionalismo, que ocorre muito, por exemplo, nos
casos de homicídios e para não criar condições de duplicações de crimes como
mostra midiática. A mídia tem um papel educativo e precisa exercer esse papel
educativo. É papel dela e sem esse papel a sociedade não pode se transformar.
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