sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cobertura "O Cidadão" do quarto dia do Curso de Convivência e Segurança Cidadã no Rio de Janeiro


Quarto dia de curso com palestra do Professor Marcos Rolim (Cátedra de Direitos Humanos do Centro Universitário Metodista IPA – Porto Alegre), Jornalista, Sociólogo, Pesquisador e Consultor em Segurança Pública e Direitos Humanos. 



Texto e fotos: Tati Alvarenga


A palestra foi voltada para ações afirmativas na área de segurança pública. Como podem ser encontradas referente à eficácia da ação. Foi cogitado o fator: investimento do dinheiro público em ações preventivas contra o uso de drogas e a criminalização de locais carentes, orientações diversas, mas sem resultado benéfico para sociedade. Como exemplo: Marcos citou o Programa de Prevenção ao Trote criado pela Polícia de São Paulo. Após detectar muitas ligações inválidas, feitas sempre de telefone público.


A primeira apuração identificou que as chamadas vinham de área escolar. Com esta primeira conclusão o programa seguiu, realizando várias palestras em escolas da região. Conscientização da informação do perigo para si e para o próximo sobre um alarme falso para polícia, foi o objetivo. Mas, o resultado após três meses de diálogo com os estudantes, foi aumento significativo  dos trotes.

Portanto, o método falhou. E isso é um fator de risco. Pois de forma subjetiva atraiu mais jovens a fazer ligações para polícia com informações de urgência falsa. O intuito era prevenir e não aumentar as ligações improcedentes. O ensino desinteressante para jovens moradores de comunidades pobres do país também influência neste quesito: fator de risco. Pois em alguns casos, atrai o jovem para caminhos marginalizados em busca de dinheiro fácil.  

 Quando ocorre da pesquisa não atingir o resultado esperado é necessário investir em estudos aprofundados, buscas, conversas em comunidade para que possa haver uma pesquisa preventiva que conscientize uma boa ação e não involuntariamente influencie no resultado  reverso.



Referente a ação preventiva ao uso de drogas e o aumento da criminalização, Marcos informou: “As pessoas chegam ao uso de drogas por variados motivos: algumas com problemas, outras não.” Com este quadro se uma iniciativa para prevenção ao uso de entorpecente isolada não fizer efeito. Há necessidade de outra pesquisa que afirme se a intervenção é  positiva ou não. Pois quando o resultado esperado não é alcançado segundo professor precisa ser feita nova pesquisa no assunto.

Um exemplo que o professor deu seria de um possível palestrante de 40 anos morador do Rio Grande do Sul  foi usuário de cocaína por muitos anos. Atualmente conseguiu parar de usar a droga e segui sua vida palestrando a respeito da sua experiência em escolas da região, para um público de adolescentes. O professor Marcos afirmou para diretora de um dos colégios onde ocorreu o evento para não seguir em frente com esta iniciativa. "Pois se um homem que usou drogas por anos, esta bem, lançou um livro contando sua trajetória como usuário de cocaína e ainda ganha dinheiro com isto!" Pode causar reação subjetiva no jovem de querer usar a droga também. Afinal, pois se ele esta bem, vivo aos 40 anos por que eu não usar?

Todos receberam bem as questões levantadas pelo professor Marcos e a palestra se manteve com discursos e questionamentos acalorados por parte dos presentes. “Eu percebo a importância no trabalho de prevenção, é preciso de um diagnóstico percebendo os fatores de risco, promovendo atividades, desenvolvendo fatores de proteção. Mudança de paradigma pois temos uma visão equivocada de prevenção” conclui a psicóloga Adineia Trubat, da Secretaria de políticas de segurança de Duque de Caxias –RJ.


A maioria dos presentes de municípios e estados distintos, já possui seus projetos escritos amanhã último dia do curso haverá escolha dos dois projetos que serão contemplados pelo edital.

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